28 janeiro 2008

Beatas Invadem Ruas

Autarquias da Margem Sul vão comprar cinzeiros para espaços públicos

A aplicação da nova lei do tabaco obrigou os fumadores a saírem para a rua, mas com eles vieram as beatas dos cigarros que invadem a via pública, com as autarquias da Margem Sul a mostrarem alguma preocupação com o problema.

Ver os fumadores em grupos junto à porta de estabelecimentos comerciais ou em frente a edifícios onde funcionam empresas é agora uma situação normal, mas qualquer pessoa que olhe para o chão nota um acréscimo notório de beatas de cigarros.

O presidente da Câmara de Alcochete, Luís Franco (PCP), referiu que este é um problema recente que já foi detectado e que levou a autarquia a aprovar a colocação de cinzeiros nas ruas.

"O problema da acumulação excessiva de beatas está identificado pelos serviços e vamos colocar cinzeiros de exterior para minimizar este problema recente", disse em declarações à Lusa.

A autarca do Montijo, Maria Amélia Antunes (PS) explicou à Lusa que também vai colocar cinzeiros no exterior de alguns espaços públicos, mas que ainda não sentiu os efeitos deste problema no Montijo.

"Tomei a decisão de colocar 5 ou 6 cinzeiros no exterior de alguns espaços públicos, apesar de ainda não ter registado nenhuma situação anormal, mas serve de prevenção. Vamos ver como a situação vai evoluir, mas acredito no bom-senso e cidadania dos fumadores", referiu.

João Lobo, presidente da Câmara da Moita (PCP), afirmou que ainda é cedo para se sentirem grandes efeitos mas que em caso de necessidade será analisada a hipótese de colocar cinzeiros na rua.

"Já temos cinzeiros em alguns locais no exterior e não tomamos mais medidas pois não sentimos os efeitos por aí além, mas vamos estar atentos à situação", explicou.

O problema não é exclusivo da Margem Sul e sente-se um pouco por todo o país, onde as beatas ganham espaço na via pública, sendo uma imagem habitual ver uma pessoa fumar à porta de um café, mandar o cigarro para o chão e voltar a entrar.

"Noto um acréscimo muito grande de beatas perto dos meus estabelecimentos comerciais, que só não é pior porque nós limpamos a via pública. Criaram uma lei, mas esqueceram-se de algumas medidas preventivas, pois não somos nós que temos de colocar cinzeiros na rua", disse à Lusa Vasco Madeira, proprietário de estabelecimentos comerciais na região.

"Isto está bonito. Tenho menos clientes e ainda tenho que ser eu a limpar a via pública porque senão a entrada do café fica uma vergonha. Por essa Europa fora também é proibido fumar, mas existem cinzeiros na rua e por cá é o que se vê, devíamos imitar a restante Europa em tudo, não apenas e algumas coisas", disse à Lusa um outro proprietário, que preferiu manter anonimato.

Luís Franco, autarca de Alcochete, também é da opinião que o Governo se esqueceu de tomar algumas medidas preventivas por ter um "desfasamento da realidade" e mostra-se preocupado com um conjunto de novos problemas que podem vir a surgir.

"Optaram pela via legislativa para uma revolução cultural, considerando os fumadores cidadãos de segunda. Os não fumadores têm todo o direito de não ser incomodados, mas faltaram medidas de sensibilização ou a colocação de cinzeiros, pois agora são as autarquias que decidem o que fazer", disse.

"Foi uma lei pura e dura e faltou preparação e avaliação dos impactos, que só agora está a ser feita e esta não é a melhor forma. Os não fumadores têm os seus direitos, como é óbvio, mas agora é que andamos a ver os problemas decorrentes, à medida que surgem", disse o autarca João Lobo. in SIC

E por cá no Burgo???

Saudações Paulenses