15 janeiro 2008

Onde Vamos Parar

Industriais reconhecem que trabalhadores "não ganham muito"

Na Covilhã, têxtil pede apoio especial do QREN

A abertura desregulada do mercado europeu aos produtos asiáticos foi condenada no encontro em que foi pedida mais formação e houve um elogio inesperado aos trabalhadores. No final, ficou o pedido de um pacote especial de apoios do QREN para o sector têxtil

O presidente da Associação Nacional das Indústrias de Vestuário e Confecção (ANIVEC/APIV), Orlando Cunha, reconhece que os trabalhadores do sector "não ganham muito", mas têm sido compreensivos com as empresas. "Eles, coitados, não ganham muito. Nós sabemos que não ganham muito. E no entanto não se têm revoltado, têm compreendido as coisas. Às vezes até têm mais compreensão do que outros, que também a deviam ter", referiu Orlando Cunha aos jornalistas.
O presidente da ANIVEC/APIV falava à margem do seminário "O futuro dos têxteis da Beira Interior numa economia globalizada", promovido pelas estruturas sindicais da CGTP na Universidade da Beira Interior, na Covilhã, que juntou tanto dirigentes sindicais como patronato, entre uma plateia com mais de uma centena de pessoas.
Segundo números apresentados por sindicalistas, a esmagadora maioria dos trabalhadores têxteis auferem cerca de 400 euros líquidos por mês. Orlando Cunha ataca a liberalização do mercado na Europa, da qual discorda e que responsabiliza pelos problemas de muitas empresas. Nesse contexto, considerou importante a união e entendimento entre empresários e trabalhadores, tal como espelhada no seminário.

“ESTAMOS TODOS NO MESMO BARCO”
"Patrões, trabalhadores, Portugal e Europa, estamos todos dentro do mesmo barco”. O empresário têxtil acusa o comissário para o Comércio da União Europeia de "fazer buracos neste navio que é a Europa", ao abrir fronteiras à China sem "a devida regulação, só para satisfazer algumas multinacionais ligadas à distribuição". "Mas mesmo passando as dificuldades que passamos, vejam a união que existe no sector", destacou, elogiando o papel dos trabalhadores. Um ponto de encontro também destacado por Manuel Freitas, coordenador da Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores Têxteis, Lanifícios, Vestuário, Calçado e Peles de Portugal (FESETE).
Na sequência dos trabalhos de hoje, chegou mesmo a sugerir a reactivação de plataformas de encontro e acompanhamento de todos os intervenientes no sector, incluindo as universidades (nomeadamente do Minho e Beira Interior). Segundo referiu existe uma "imagem exagerada" da crise nos têxteis. in Diário xxI

Nota: Finalmente todos de acordo, mas creio que é só para pedir os subsidios. A realidade é que o emprego na região é cada vez mais um " produto em vias se extinção".

Saudações Paulenses