25 março 2008

Afinal Havia "Outros"

Licenciados automáticos

Cerca de 1400 bacharéis de cursos de Engenharia obtiveram administrativamente o grau de licenciado, no Instituto Superior de Engenharia de Coimbra, uma das seis unidades orgânicas do Instituto Politécnico de Coimbra (IPC). A situação está a provocar mal-estar no meio académico da cidade, pois “dá uma ideia de facilitismo”, considerou fonte do IPC.

Segundo apurou o CM, alguns dos ex-alunos dos cursos de Engenharia têm obtido a equivalência ao grau de licenciatura, mediante o pagamento de uma propina anual. Além da avaliação curricular, o percurso profissional de cada candidato tem sido valorizado para os processos de equivalência. No ISEC, o valor da propina varia entre 523,90 euros (alunos em tempo parcial) e 650 euros (alunos em tempo integral). Certo é que o financiamento das instituições de Ensino Superior depende, de outros factores, do número de estudantes. José Torres Farinha, presidente do Instituto Politécnico de Coimbra, explicou ao CM que no início do ano lectivo o Conselho de Gestão estabeleceu um regulamento que “prevê um plano de complemento de formação para as situações de reingresso nos cursos, para as equivalências” ao grau de licenciatura. Ou seja, nas escolas do IPC os candidatos ao reingresso deveriam frequentar algumas disciplinas para poderem obter o grau de licenciatura.

Sobre a situação no ISEC, Torres Farinha apenas diz que esse instituto “tem total autonomia científica e pedagógica”. OCM tentou durante o dia de ontem contactar o presidente do ISEC, Jorge Bernardino, mas tal não foi possível.
Por seu lado, Luciano Almeida, presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), diz que a creditação dos currículos profissionais “respeita a legislação”. No caso dos ex-alunos com curso de bacharelato (três anos), Luciano Almeida explica que “o actual primeiro ciclo, de 180 créditos, é idêntico ao antigo primeiro ciclo dos politécnicos”, pelo que é natural que sejam concedidas equivalências automáticas. Quanto à valorização exclusiva do trajecto profissional, o responsável do CCISP refere que “toda a formação anterior, seja a académica seja a profissional, é alvo de avaliação”, dependendo de cada estabelecimento de ensino a ponderação a dar a cada factor. Recorde-se que os adultos com mais de 23 anos e sem o 12.º ano completo podem candidatar-se a cursos de Ensino Superior, contando para o processo de candidatura a um curso a experiência profissional na área. Os candidatos têm de realizar uma prova de conhecimentos, além de serem submetidos a uma entrevista para discutir o currículo académico e profissional.

Nota: Finalmente vou obter o meu mestrado de praia.