31 julho 2008

Lucro da EDP sobe 66,6% para 703 milhões de euros

O lucro da EDP aumentou 66,6 por cento nos primeiros seis meses do ano, para 703 milhões de euros, face a igual período do ano anterior, anunciou a empresa esta quarta-feira.

Numa nota divulgada pela Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a EDP disse que o resultado líquido passou de 422 milhões de euros no final de Junho de 2007 para 703 milhões de euros no final de Julho deste ano.

Em termos operacionais, o resultado líquido antes de juros, impostos, depreciações e provisões aumentou 17 por cento, para 1,5 mil milhões de euros, com a empresa a conseguir poupanças de custos de funcionamento de 50 milhões de euros.

Em termos financeiros, o prejuízo baixou para 11 milhões de euros, com uma melhoria de 93 por cento.

O encaixe de 1,57 mil milhões de euros com a colocação em bolsa da EDP Renováveis ajudou consideravelmente o grupo EDP, permitindo à empresa mais do que duplicar o investimento operacional para 1,3 mil milhões de euros com a dívida a subir 3,0 por cento, para os 12 milhões de euros.

Na conferência de imprensa de apresentação de resultados, o presidente executivo, António Mexia, disse que a empresa é já uma multinacional, com 50 por cento dos resultados a serem oriundos de fora de Portugal e 25 por cento de fora da Península Ibérica.

POREM, TODAVIA, CONTUDO:

Défice de 600 milhões ameaça subir preço da luz

A eléctrica pagou mais 45% pelo combustível para produzir energia

O défice tarifário acumulado da EDP em Portugal atingiu os 600 milhões de euros por causa da crise dos combustíveis . Este valor cresceu 479 milhões de euros só no primeiro trimestre. O défice traduz a diferença entre os proveitos e as tarifas fixadas pelo regulador e o real custo da produção de energia, será repercutido nas tarifas eléctricas dos próximos anos.

O administrador financeiro da EDP, Nuno Alves, explicou ao DN que esta diferença terá que ser recuperada nas tarifas dos próximos anos até ao prazo máximo de 10 anos, sendo o período de recuperação definido pela ERSE (Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos). Em 2006, o Governo impediu um aumento de 17% nas tarifas de electricidade provocado pela subida dos combustíveis usados na geração eléctrica. A decisão de limitar o aumento dos preços a 6% em 2007 gerou um défice tarifário da mesma ordem de grandeza. Só com recurso às receitas extraordinárias resultantes do prolongamento da concessão das barragens à EDP foi possível impedir a forte subida da electricidade em 2008. O remanescente desta diferença será paga pelos consumidores em 10 anos.

Nota:
felizmente conseguimos ultrapassar aquela conversa dos coitadinhos em que os que pagam deviam suportar os valores dos que não pagam, para equilibrar as contas da empresa.