25 abril 2010
A revolução que parava nos sinais vermelhos
Depois de proferir o seu discurso do “estado a que chegámos” às tropas que comandava, no Quartel da Escola Prática de Infantaria de Santarém, Salgueiro Maia dirigiu a sua coluna para Lisboa. Contudo, a maioria do material de que dispunha era praticamente obsoleto – o melhor estava na guerra colonial – e várias foram as avarias que obrigaram a sua unidade a parar constantemente. Conta-se que, numa dessas paragens, Salgueiro Maia se dirigiu à frente da coluna e perguntou qual era a avaria dessa vez. Um dos seus homens respondeu-lhe que não havia nenhuma avaria, estavam apenas parados num semáforo vermelho, ao que o imortal capitão retorquiu: “mas que raio de revolução é esta que pára nos sinais vermelhos?”
Este engraçado episódio retrata o espírito singular da revolução portuguesa que viria a implementar um regime democrático no nosso país.