01 agosto 2010

António Feio 1954-2010

O homem que levava o teatro às pessoas


O "pâncreas da treta", como lhe chamou este ano na gala dos Globos de Ouro da SIC, acabou por vencer o homem que todos destacam como alguém que enfrentou a doença como viveu o seu trabalho: "Fazermos o melhor que sabemos com os meios que temos, com limitações que muitas vezes nos são impostas." Palavras suas retiradas do discurso proferido a 27 de Março no Museu dos Coches, quando recebeu das mãos do Presidente da República a comenda da Ordem do Infante D. Henrique.Diagnosticado com um cancro em Março do ano passado, António Feio trabalhava agora numa peça com estreia marcada para 19 de Outubro no Casino de Lisboa, Apanhados na Rede. Seria um regresso, novamente com José Pedro Gomes, a um espectáculo de 2006, Dois Amores, continuando um percurso que desde O Que Diz Molero, a adaptação premiada da obra homónima de Diniz Machado, o destacou no contexto nacional.Nascido em 1954 em Lourenço Marques, actual Maputo, António Feio começou a representar no Teatro Experimental de Cascais, tinha ainda 12 anos. Apesar de ter feito cinema, televisão, rádio e publicidade - "porque a vida está difícil", disse-o, no Museu dos Coches -, é no teatro que o actor desenvolve uma personalidade e um olhar sobre o poder do teatro "enquanto meio de comunicação", nas palavras do encenador Ricardo Pais, que em 1998 o dirigiu em Noite de Reis, "onde ele foi arrasador". Sobretudo a partir da segunda metade dos anos 90, António Feio vai construindo um percurso que ambicionaria "trazer as pessoas ao teatro". Quem o diz é José Pedro Gomes, seu companheiro de palco com quem começou a trabalhar no fim dos anos 80, num programa de televisão de Joaquim Letria, Clubíssimo.

Votos de uma excelente semana. Se for o caso Boas Férias!
Saudações Cordiais
Vizinha