30 janeiro 2008

Autarcas no Seu Melhor

Ferreira Torres: Depósitos em três contas 2,5 milhões desviados da Câmara

Ferreira Torres, o autarca que um dia disse que a justiça no Marco se faz como em Fafe, senta-se no banco dos réus no próximo dia 20. É acusado de corrupção, peculato, abuso de poder e extorsão, depois da investigação da PJ do Porto ter encontrado uma teia de cumplicidades sem precedentes.

Entre Maio de 2002 e Fevereiro de 2004, foram detectados depósitos de mais de 2,5 milhões nas contas de Avelino; Assunção Aguiar, a sua chefe de gabinete; e Lindorfo Costa, o seu vereador de confiança. O dinheiro provinha da Câmara ou de empreiteiros, obrigados a entregar parte do que a autarquia lhes devia, sob pena de serem ainda mais prejudicados.

Há de tudo no processo que o CM consultou. Desde chantagem a extorsão, passando até por “genuínas” manifestações de abuso de poder. Ferreira Torres, que já foi condenado em pena suspensa, num processo que ameaça prescrever (ainda está em recurso), era tudo ao mesmo tempo: o homem da Câmara, o senhor do futebol, o herói do Marco.

Hoje, longe dos tempos em que liderava a Câmara (em falência técnica há vários anos), Ferreira Torres é um homem sozinho. E o seu “empregado” de confiança, José Faria, é a principal testemunha de acusação. Numa carta enviada ao tribunal, a 25 de Dezembro de 2006, disse que tinha sido obrigado a mentir e pediu desculpa: “Queria pedir perdão ao meu amigo. Ao homem com quem já fui a Fátima a pé.”

A 24 de Janeiro de 2007, à PJ do Porto, contou outra versão: “Foi o Torres que me obrigou.”

No processo surgem suspeitas mais gravosas. Como a compra feita pela Câmara de um terreno em Alpendurada para uma escola. A PJ diz que o proprietário foi intimado a vendê-lo e que o terreno foi comprado por 582 mil euros. Desses, 457 mil foram para o presidente.

Outro caso em julgamento é o negócio da Sorte da Vinhola. O terreno foi comprado em pacote por Ferreira Torres, que pagou 150 mil euros. Vendeu-o depois por 350 mil a um empreiteiro, que era credor de meio milhão. “Se não o comprasse, não recebia as dívidas”, garantiu à PJ.

A história mais rocambolesca não chega porém a julgamento. Está em investigação e diz respeito a um terreno particular do autarca. Que precisava de dois milhões do BES para custear uma quinta em Tuías e falsificou o PDM para dar à zona uma área de construção. O avalista do banco desconhecia que José Faria, apresentado como fiscal de Finanças, era afinal um funcionário da Câmara. O BES nunca se queixou, porque Torres paga as prestações a tempo e horas. in CM

Nota: Talvez o Bastonário se refira a estas situações entre outras.

Saudações Paulenses




1 Rebolos:

Asno disse...

Aqueles que imediatamente "caíram em cima" ou bastonário, também as devem ter feito boas!
mas esses estão sempre safos, e se nãpo estiverem, passam a estar, muda-se a lei! Afinal as maiorias é mesmo para isto que servem!

31/1/08 19:22