24 janeiro 2008

Na Gaveta

Alerta sobre sexualidade continua na gaveta

Trabalho inédito revela comportamentos de risco dos jovens na Beira Interior

Nem editoras, nem escolas, nem nenhuma outra entidade dá ouvidos a estudo inédito que alerta para comportamentos de risco de jovens da Beira Interior. A autora, Patrícia Brancal, pretende aprofundar o trabalho noutras faixas etárias.

“Vivências Sexuais dos Jovens da Beira Interior" é o título do estudo feito por Patrícia Brancal e que a autora gostaria de ver publicado. Mas este objectivo está a mostrar-se uma tarefa quase impossível de concretizar, conta ao Diário XXI, uma vez que não se trata de assunto de âmbito nacional. "O argumento [das editoras para negarem a publicação] foi tratar-se de um estudo demasiado focalizado na Beira Interior", lamenta.
Por iniciativa própria, Patrícia Brancal contactou diversas editoras nacionais, propondo-lhes a publicação do estudo, uma vez que "é um assunto importante que deve ser discutido o mais possível para esclarecer os jovens", realça. Os contactos com editoras repetiram-se desde Outubro, até ao momento, conta, exemplificando com a D. Quixote e Afrontamento, mas a resposta foi sempre a mesma: "Não é nacional por isso não publicamos". Um argumento que não convence a autora, pois "se fosse só sobre Lisboa não haveria problema, com certeza, mas é uma consequência da interioridade", critica.
Garante que não desiste do objectivo de ver o estudo publicado, mas por enquanto "está parado". A juntar às negas das editoras, nem escolas, nem nenhuma outra entidade da região (para além da comunicação social) se mostrou interessada no alerta lançado sobre os comportamentos de risco dos jovens.
Patrícia Brancal conta que gostaria de continuar a desenvolver o projecto, até porque "temos mais que provas de que é necessário debater publica e amplamente o assunto", dando como exemplo a idade da mãe do primeiro bebé do ano, história difundida na televisão: "É uma jovem de 16 anos". "A sociedade fecha-se muito no que toca à sexualidade dos jovens. É preferível enganarmo-nos e pensar que não o fazem, mas sabemos bem que praticam sexo e em condições de risco, ou porque não sabem como o fazer em segurança, e em vez de perguntarem, escondem-se com medo de represálias, ou porque acreditam que já sabem tudo", relata a autora. in Diário XXI

Nota: a ler este artigo e espero que a autora encontre um "padrinho" para poder publicar este estudo.

Saudações Paulenses