07 fevereiro 2008
Covilhanises
O turista do “garrafão” deixa muito lixo na Serra
Segundo um estudo publicado pelo NC Uma tese de mestrado mostra sobre o turismo na Serra mostra que a Estrela deve atrair o verdadeiro turista, que fica na região criando riqueza. Já o tradicional visitante, o chamado “turista do garrafão”, não deixa dinheiro, mas muito lixo “Os visitantes, para além de não gerarem significativa riqueza junto das populações locais, contribuem ainda assim e paradoxalmente para um incrível aumento da quantidade de lixo no Parque Natural”. Esta é, em suma, uma das conclusões da tese de mestrado de Mário João Jesus Carvalho, apresentada na Universidade Técnica de Lisboa e que se intitula “Os desportos de Inverno e o reposicionamento da oferta na Região de Turismo da Serra da Estrela”. Um documento apresentado em Outubro do ano passado que mostra, claramente, que o Maciço Central não deve, como também é assumido pelos responsáveis do turismo regional, cativar o chamado “turista do garrafão”.
Este trabalho, que o autor deseja que seja “uma importante ferramenta de reflexão e gestão” para os operadores na Serra, distingue claramente dois grupos de turistas que frequentam a Estrela: os praticantes e os visitantes, que têm diferentes necessidades e se comportam de foram distinta. O praticante, que normalmente vêm à Serra para desfrutar dos desportos de Inverno, é um indivíduo “que gera riqueza nos destinos”, pois inevitavelmente compra “o forfait, toma as suas refeições e pernoita em alojamentos turísticos”.
Por temporada, segundo os dados recolhidos no estudo, repetem por diversas vezes as visitas a destinos de neve e “cerca de 70 por cento destes praticantes fazem-se acompanhar por mais de quatro pessoas”. No extremo oposto surgem os visitantes, por fazerem “pouca ou nenhuma despesa no destino de neve Serra da Estrela”. Destes, aponta o estudo, só 13,7 por cento dos que visitam a RTSE se alojam fora das suas residências. Para além de não gerarem riqueza, contribuem para o aumento de lixo na zona. “Este lixo resulta não só dos já referidos “farnéis” como ainda dos sacos de plástico e outros objectos domésticos que lhes permitem deslizar sobre a neve” refere o autor da tese, que conclui: “Estes visitantes não são, como facilmente se conclui, o mercado que potenciará o desenvolvimento sustentado do destino turístico do Parque Natural da Serra da Estrela.”
Estância de esqui pouco procurada por esquiadores portugueses
Mário Carvalho acredita que o mercado da neve, hoje, tem dimensão e potencialidades por explorar, pelas suas “interessantes características e hábitos de consumo”. Curioso, no entanto, verificar que, segundo esta tese, a Estância de Esqui da Serra “não tem sido, de facto, o destino de neve de grande parte dos esquiadores portugueses”. Conclui-se que “30,5 por cento dos esquiadores portugueses nunca visitaram” o espaço. Na temporada 2005/2006, 68,3 por cento dos praticantes inquiridos afirmavam que a Estância da Serra não tinha sido o seu destino de neve, mas todos tinham visitado, nessa temporada, uma estância de esqui no estrangeiro.
É que, há condicionantes, segundo Mário Carvalho, que levam os esquiadores a procurar outros destinos. “A distância que separa as residências dos praticantes ao destino Serra da Estrela, os preços de diferentes alojamentos, a distância a percorrer dos hotéis à estância, e por último os preços das viagens de avião que colocam os Alpes a duas horas de distância de um aeroporto nacional, são variáveis e factores de elevada criticidade que condicionam e induzem esta procura” explica. Também a qualidade da neve, a dimensão das pistas, os quilómetros esquiáveis e a capacidade de transporte, entre outros, fazem com que muitos prefiram o estrangeiro.
Daí que o autor deixe transparecer que investimentos como o sistema de telecabines na Torre ou um aeroporto regional, na Covilhã, com viagens de low cost, sejam projectos que irão contribuir positivamente para o desenvolvimento do turismo serrano. A política de comunicação das ofertas também deve ser melhorada, sugere a tese. É que existe muito desconhecimento sobre os serviços que a Serra tem para oferecer. “Não nos parece sensato que apenas 57,3 por cento dos praticantes de desportos de Inverno conheçam o Skiparque de Manteigas; é ainda desconcertante que 54,9 por cento dos esquiadores não conheçam a existência de telecadeira e dos vários canhões de produção de neve artificial” refere Mário Carvalho.
Sobre este assunto consulte ainda O Interior.
CAIXA Mais camas sim, Casino não
Entre as várias recomendações que o estudo deixa para que o turismo vingue, na Serra, existem algumas que merecem reflexão. Na oferta de um destino não deve haver, segundo Mário Carvalho, construção de casas em altitude. Mais. Será um “erro primário e grosseiro” a construção de diferentes infra-estruturas em betão, como as que “estão anunciadas para as Penhas da Saúde”, entre as quais “um Casino de jogo e um Palácio de Congressos”, pois estão “desenquadradas do meio” e são projectos “desajustados das necessidades dos praticantes” de esqui ou desportos de Inverno. O que os praticantes, através dos inquéritos realizados, olham com bons olhos é a criação de um “indoor” de desportos de Inverno, pensado para Gouveia (78 por cento gostam da ideia), a construção de meios mecânicos e uma política de preços mais consentânea com o que se oferece.
O aumento de camas também é pedido pelos praticantes. O autor da tese acredita também que a sustentabilidade da estância deverá passar pela criação de uma oferta conjunta com a estância de esqui de Covatilla, uma estancia espanhola, localizada em Béjar, a 70 quilómetros da Serra e que serve as regiões de Salamanca, Cáceres e Badajoz. Uma estância com mais quilómetros esquiáveis, e que tem revelado interesse pelos portugueses, que poderia funcionar com um excelente parceiro da Estrela. in NC
Saudações Paulenses
Segundo um estudo publicado pelo NC Uma tese de mestrado mostra sobre o turismo na Serra mostra que a Estrela deve atrair o verdadeiro turista, que fica na região criando riqueza. Já o tradicional visitante, o chamado “turista do garrafão”, não deixa dinheiro, mas muito lixo “Os visitantes, para além de não gerarem significativa riqueza junto das populações locais, contribuem ainda assim e paradoxalmente para um incrível aumento da quantidade de lixo no Parque Natural”. Esta é, em suma, uma das conclusões da tese de mestrado de Mário João Jesus Carvalho, apresentada na Universidade Técnica de Lisboa e que se intitula “Os desportos de Inverno e o reposicionamento da oferta na Região de Turismo da Serra da Estrela”. Um documento apresentado em Outubro do ano passado que mostra, claramente, que o Maciço Central não deve, como também é assumido pelos responsáveis do turismo regional, cativar o chamado “turista do garrafão”.
Este trabalho, que o autor deseja que seja “uma importante ferramenta de reflexão e gestão” para os operadores na Serra, distingue claramente dois grupos de turistas que frequentam a Estrela: os praticantes e os visitantes, que têm diferentes necessidades e se comportam de foram distinta. O praticante, que normalmente vêm à Serra para desfrutar dos desportos de Inverno, é um indivíduo “que gera riqueza nos destinos”, pois inevitavelmente compra “o forfait, toma as suas refeições e pernoita em alojamentos turísticos”.
Por temporada, segundo os dados recolhidos no estudo, repetem por diversas vezes as visitas a destinos de neve e “cerca de 70 por cento destes praticantes fazem-se acompanhar por mais de quatro pessoas”. No extremo oposto surgem os visitantes, por fazerem “pouca ou nenhuma despesa no destino de neve Serra da Estrela”. Destes, aponta o estudo, só 13,7 por cento dos que visitam a RTSE se alojam fora das suas residências. Para além de não gerarem riqueza, contribuem para o aumento de lixo na zona. “Este lixo resulta não só dos já referidos “farnéis” como ainda dos sacos de plástico e outros objectos domésticos que lhes permitem deslizar sobre a neve” refere o autor da tese, que conclui: “Estes visitantes não são, como facilmente se conclui, o mercado que potenciará o desenvolvimento sustentado do destino turístico do Parque Natural da Serra da Estrela.”
Estância de esqui pouco procurada por esquiadores portugueses
Mário Carvalho acredita que o mercado da neve, hoje, tem dimensão e potencialidades por explorar, pelas suas “interessantes características e hábitos de consumo”. Curioso, no entanto, verificar que, segundo esta tese, a Estância de Esqui da Serra “não tem sido, de facto, o destino de neve de grande parte dos esquiadores portugueses”. Conclui-se que “30,5 por cento dos esquiadores portugueses nunca visitaram” o espaço. Na temporada 2005/2006, 68,3 por cento dos praticantes inquiridos afirmavam que a Estância da Serra não tinha sido o seu destino de neve, mas todos tinham visitado, nessa temporada, uma estância de esqui no estrangeiro.
É que, há condicionantes, segundo Mário Carvalho, que levam os esquiadores a procurar outros destinos. “A distância que separa as residências dos praticantes ao destino Serra da Estrela, os preços de diferentes alojamentos, a distância a percorrer dos hotéis à estância, e por último os preços das viagens de avião que colocam os Alpes a duas horas de distância de um aeroporto nacional, são variáveis e factores de elevada criticidade que condicionam e induzem esta procura” explica. Também a qualidade da neve, a dimensão das pistas, os quilómetros esquiáveis e a capacidade de transporte, entre outros, fazem com que muitos prefiram o estrangeiro.
Daí que o autor deixe transparecer que investimentos como o sistema de telecabines na Torre ou um aeroporto regional, na Covilhã, com viagens de low cost, sejam projectos que irão contribuir positivamente para o desenvolvimento do turismo serrano. A política de comunicação das ofertas também deve ser melhorada, sugere a tese. É que existe muito desconhecimento sobre os serviços que a Serra tem para oferecer. “Não nos parece sensato que apenas 57,3 por cento dos praticantes de desportos de Inverno conheçam o Skiparque de Manteigas; é ainda desconcertante que 54,9 por cento dos esquiadores não conheçam a existência de telecadeira e dos vários canhões de produção de neve artificial” refere Mário Carvalho.
Sobre este assunto consulte ainda O Interior.
CAIXA Mais camas sim, Casino não
Entre as várias recomendações que o estudo deixa para que o turismo vingue, na Serra, existem algumas que merecem reflexão. Na oferta de um destino não deve haver, segundo Mário Carvalho, construção de casas em altitude. Mais. Será um “erro primário e grosseiro” a construção de diferentes infra-estruturas em betão, como as que “estão anunciadas para as Penhas da Saúde”, entre as quais “um Casino de jogo e um Palácio de Congressos”, pois estão “desenquadradas do meio” e são projectos “desajustados das necessidades dos praticantes” de esqui ou desportos de Inverno. O que os praticantes, através dos inquéritos realizados, olham com bons olhos é a criação de um “indoor” de desportos de Inverno, pensado para Gouveia (78 por cento gostam da ideia), a construção de meios mecânicos e uma política de preços mais consentânea com o que se oferece.
O aumento de camas também é pedido pelos praticantes. O autor da tese acredita também que a sustentabilidade da estância deverá passar pela criação de uma oferta conjunta com a estância de esqui de Covatilla, uma estancia espanhola, localizada em Béjar, a 70 quilómetros da Serra e que serve as regiões de Salamanca, Cáceres e Badajoz. Uma estância com mais quilómetros esquiáveis, e que tem revelado interesse pelos portugueses, que poderia funcionar com um excelente parceiro da Estrela. in NC
Saudações Paulenses
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