26 março 2010
Homenagem Merecida
Paul perpetuou o nome de Marmelo e Silva
No Paul, onde surgirá em 2011 um Centro de Estudos sobre a obra do autor Marmelo e Silva, mesmo depois da publicação da Obra Completa (Ed. Campo das Letras - 2002), não mereceu a atenção do público em geral e quase todos os seus livros continuam silenciados e esquecidos. Mas se existem escritores que nunca utilizaram a chamada "estratégia da glória", pode dizer-se que o autor de Depoimento (1939) pertence a um escasso número de verdadeiros criadores, não obstante este escritor paulense na sua conhecida divisa literária ter afirmado que, “não escrevia para vender livros, escrevia para os escrever”.
Na verdade, tal como a sua obra pouco divulgada, também a sua memória foi durante muitos anos esquecida até na terra que o viu nascer. Contudo, nos últimos anos fez-se justiça a este notável escritor paulense, que no passado sábado, 20, foi alvo de uma homenagem promovida pela Câmara Municipal da Covilhã e Junta de Freguesia do Paul.
José Antunes Marmelo e Silva nasceu no Paul a 7 de Maio de 1911. Estudou no seminário do Fundão de onde é expulso por umas graçolas feitas a umas raparigas. Continua os estudos nas escolas secundárias da Covilhã e Castelo Branco, até que se licencia em Filologia Clássica, passando pelas universidades de Coimbra e de Lisboa. Acaba por fixar residência em Espinho, em cuja escola secundária leccionou e é aqui que em 11 de Outubro de 1991 morre deixando uma obra reconhecida por grandes vultos da literatura portuguesa.
Quanto à homenagem a José Marmelo e Silva começou pelo descerramento da placa da rua José Marmelo e Silva que se localiza defronte do Agrupamento de Escolas Entre-Ribeiras no Paul, ao som da Filarmónica do Paul que associou à iniciativa, seguindo-se no Auditório da vila a abertura da exposição temática e da conferência “ A vida e obra de Marmelo e Silva” que teve como oradores Arnaldo Saraiva, professor da Universidade do Porto, Fernando Paulouro, director do Jornal do Fundão e Manuel da Silva Ramos, escritor. Com efeito, os oradores, falando de improviso sobre a temática da conferência referenciaram os principais traços que marcaram a escrita de Marmelo Silva, contando ainda com a leitura de textos do escritor paulense por parte de dois elementos do Teatro das Beiras. Das suas prelecções emergiu o não-alinhamento de Marmelo e Silva com as regras da sociedade conotadas com a ortodoxia e a longa noite salazarenta, reflectindo-se por isso mesmo na sua escrita nem sempre compreendida e muito bem aceite e a ligação à sua terra natal.
Um dos melhores estudiosos da obra do homenageado, Arnaldo Saraiva, dizia mesmo que “às vezes diz-se onde se nasce é onde se tem mais oposição. Também às vezes diz-se que ninguém é profeta na sua terra. Marmelo e Silva, creio que merece esta homenagem. Creio que de alguma maneira se faz justiça a um grande escritor. Quer se queira ou não, ele foi uma grande figura que aqui nasceu. Não são lá muitos os filhos do Paul com a altura e com uma produção idêntica a Marmelo e Silva. Por isso a partir de agora este esquecimento ou desatenção pública fica reparada e a qualidade deste escritor paulense é reconhecida, sendo que, a sua escrita estava para muito para além do seu tempo”.
Na verdade, tal como a sua obra pouco divulgada, também a sua memória foi durante muitos anos esquecida até na terra que o viu nascer. Contudo, nos últimos anos fez-se justiça a este notável escritor paulense, que no passado sábado, 20, foi alvo de uma homenagem promovida pela Câmara Municipal da Covilhã e Junta de Freguesia do Paul.
José Antunes Marmelo e Silva nasceu no Paul a 7 de Maio de 1911. Estudou no seminário do Fundão de onde é expulso por umas graçolas feitas a umas raparigas. Continua os estudos nas escolas secundárias da Covilhã e Castelo Branco, até que se licencia em Filologia Clássica, passando pelas universidades de Coimbra e de Lisboa. Acaba por fixar residência em Espinho, em cuja escola secundária leccionou e é aqui que em 11 de Outubro de 1991 morre deixando uma obra reconhecida por grandes vultos da literatura portuguesa.
Quanto à homenagem a José Marmelo e Silva começou pelo descerramento da placa da rua José Marmelo e Silva que se localiza defronte do Agrupamento de Escolas Entre-Ribeiras no Paul, ao som da Filarmónica do Paul que associou à iniciativa, seguindo-se no Auditório da vila a abertura da exposição temática e da conferência “ A vida e obra de Marmelo e Silva” que teve como oradores Arnaldo Saraiva, professor da Universidade do Porto, Fernando Paulouro, director do Jornal do Fundão e Manuel da Silva Ramos, escritor. Com efeito, os oradores, falando de improviso sobre a temática da conferência referenciaram os principais traços que marcaram a escrita de Marmelo Silva, contando ainda com a leitura de textos do escritor paulense por parte de dois elementos do Teatro das Beiras. Das suas prelecções emergiu o não-alinhamento de Marmelo e Silva com as regras da sociedade conotadas com a ortodoxia e a longa noite salazarenta, reflectindo-se por isso mesmo na sua escrita nem sempre compreendida e muito bem aceite e a ligação à sua terra natal.
Um dos melhores estudiosos da obra do homenageado, Arnaldo Saraiva, dizia mesmo que “às vezes diz-se onde se nasce é onde se tem mais oposição. Também às vezes diz-se que ninguém é profeta na sua terra. Marmelo e Silva, creio que merece esta homenagem. Creio que de alguma maneira se faz justiça a um grande escritor. Quer se queira ou não, ele foi uma grande figura que aqui nasceu. Não são lá muitos os filhos do Paul com a altura e com uma produção idêntica a Marmelo e Silva. Por isso a partir de agora este esquecimento ou desatenção pública fica reparada e a qualidade deste escritor paulense é reconhecida, sendo que, a sua escrita estava para muito para além do seu tempo”.